Essa tal felicidade.........

Hoje  me perguntaram se eu estava feliz, e sem hesitar respondi que sim. "Sim eu estou feliz, depois que a minha filha nasceu eu não reclamo mais da vida", justifiquei.

Passado algum tempo, pergunta e resposta ecoam na minha cabeça
Estou feliz??????
Se estar feliz significa não reclamar da vida, então por que se busca tanto a tal felicidade?? Ser feliz é fácil. Basta ficar de boca fechada. Simples assim. Ficar de boca  fechada não é tarefa muito difícil, é só não responder mais perguntas, não conversar com mais ninguém. Simples, é só não pensar mais na vida, é só não lembrar de mais nada. Simples???
Ahhh mas essa fosse a solução, como seria linda a vida. Não basta responder um "Sim" ou um "Está tudo bem comigo" para se estar ou ser feliz. Não acho que se deva responder prontamente e relatar a sua triste vida, se for o caso, mas mentir para quem? Para quem perguntou ou para nós mesmos?
Sim eu estou feliz por que tenho a minha filha que eu tanto quis. Mas espera aí...eu continuo tendo uma vida antes disso (e uma memória insistente que teima relembrar tudo que se foi vivido). Coisas boas me deixam tristes ao serem lembradas (por que de uma forma ou de outra acabaram) e as coisas não tão boas impossível esquecer.
As lembranças ruins tem uma espécie de alarme próprio e desregulado que  toca nas horas mais impróprias e fazem o passado vir à tona quando já não se deseja mais pensar nele.
Então por que eu insisto em dizer q  depois da maternidade.....que depois que engravidei...que depois q minha filha nasceu???

Nossa felicidade não está nos filhos que amamos, nem no homem ou mulher que amamos ou deixamos de amar, nem nos nossos pais, nem nos nossos irmãos.Nossa felicidade está em nosso coração,ou não está. Ou estamos felizes ou não estamos. E onde está o problema em não estar feliz por que realizamos o sonho da nossa vida??? ( o meu era ser mãe) E os outros sonhos que temos??? ( e olha que são muitos) e os outros que realizamos???? E aqueles sonhos impossíveis? Sim, eles existem e não são poucos, talvez sejam inconfessáveis, mas existem e existem para todo mundo.

Mentimos ou omitimos não para quem pergunta, não simplesmente para encurtar uma conversa. Mentimos e omitimos  para acreditar que somos o que desejamos ser e  não admitimos mas que, na verdade, está longe de ser a concepção clara de uma realidade.